EDUARDO DA MOTTA PRETO
TCC de Licenciatura em Artes
A ESTÉTICA POLÍTICA NA CONTRACULTURA:
O ANARQUISMO DA ANONYMOUS E DA BLACK BLOCK
Tutor Prof. Dr. Wagner Montanhini
Claretiano - Centro Universitário
POLO SANTA
CECILIA, SÃO PAULO, 2016
RESUMO: A ESTÉTICA POLÍTICA NA
CONTRACULTURA: O ANARQUISMO DA ANONYMOUS E DA BLACK BLOCK
A estética política na
contracultura, é um trabalho que enfatiza o acumulo histórico como conceito dos
antecedentes, no empoderamento coletivo da imaginação de clandestinidade
revolucionaria contracultural no que diz
respeito à formação do referencial do uso da insurgente mascara da vanguarda
das juventudes anarquistas, constituídas como partido hacker internacional,
conhecido mundialmente pelo nome Anonymous. O sujeito social aqui abordado são
as tribos urbanas surgidas após o curto verão da anarquia, ocorrido na revolução
espanhola de 1936, e ressurgidas como tribos urbanas na década de 1950, se
politizando na década de 1960, se radicalizando na década de 1970, se
declarando anarquistas na década de 1980, se tornando agentes cypherpunks na
década de 1990, se mistificando como mito na década de 2000, se organizando clandestinamente como partido anarquista
internacional na década 2010, que insurgiu nas ruas de todo mundo em 2013, como
fenômeno político, criminalizado e perseguido em seu modulo cosplay politizado.
PALAVRA CHAVE: Tribo Urbana;
Contracultura; Ciberativismo; Anonymous; Anarquismo.
Agradecimentos: Agradeço a toda
juventude anarquista (Católica) recrutada para a insurgência contra a cultura
protestante que valoriza mais o dinheiro do que os valores agregados aos
princípios do “Cristianismo Libertário” e dedico este trabalho as gerações de
codificados que criptografaram os códigos da insurgência, descritos nas
entrelinhas como Teologia da Revolução, codificada em um imenso mapa da
anarquia, onde um livro se liga a outro, onde cada letra é um criptograma
proibido as massas populares.
1. Introdução
Em meio ao cenário político internacional da guerra no Vietnam, a
contracultura nasceu da recusa das juventudes para com o serviço militar
obrigatório, encarnando a arte em movimentos de corpos com almas políticas e de
espírito subversivo. Assim a Deusa da Arte que altrora estava presa a bruta
física escultural estatuante, pode desfilar em meio a um cenário político imaginário
e subversivo, onde a militância Hippie formava agentes da contracultura, que
produziam os sujeitos sociais artísticos, em meio ao cenário da politização das
tribos urbanas em plataformas de utopias ideológicas, organizadas com símbolos
estéticos ideológicos quais criavam a unidade mística e mítica das juventudes.
Estes agentes contraculturais desenvolveram uma arte política que
influenciou amplos setores sociais, como da: arte, moda, estética, comunicações,
comportamento, política, educação, religião, musica, alimentação, medicina,
artesanato e economia. Que se identificou com as juventudes anarquistas, qual
estava mais radicaliza e organizada.
Ao se buscar as influencias históricas para entender a estética política
da contracultura, percebesse que esta é um estilo artístico politizado, que se
reconhece como sujeito social artístico organizado politicamente e justificado
no cenário das conjunturas políticas de tempos e espaços fortuitos. Assim este
artigo reconhece a radicalização dos sujeitos sociais artísticos em sua
estética artística política. Que começa nas tribos urbanas, se politiza na
contracultura, se radicaliza com o movimento punk, se identifica
ideologicamente com o anarquismo, se torna agente contracultural hacker, se mistifica
como mito na mascara de Guy Fawkes, se organiza
clandestinamente como partido anarquista internacional conhecido mundialmente como
Anonymous e que cria um braço tático fantasma de ação direta conhecido também
mundialmente por tática Black Block.
Entendendo estas tribos urbanas contraculturais de forma
inter-relacionada e organizada como imaginário de unidade insurgente, busquei uma
literatura embasada como pesquisa e método de analise, para entender estas como
um partido de juventudes.
2. Da Tribo
Urbana a Contracultura
As juventudes quando juntas, tem um grande
potencial de transformação e por isto são motivos de inúmeros artigos que tomam
de assalto os noticiários, bem como são a vedete dos pesquisadores que buscam
conceituar algo que esta em permanente gestação e movimento.
Maffesoli (2006) conceitua
que as tribos urbanas são subsociedades formadas por grupos de afinidades
constituídos por amigos com
interesses comuns de pensamentos, hábitos e maneiras de se vestir, organizadas
em redes de interesses que estruturam novas identidades nas megalópoles, onde o
que está em jogo é a sua potência contra o poder,
mesmo quando mascarados para não serem esmagados. E define Maffesoli
que a metáfora tribo permite a desindividualização, integrando a máscara as
cenas e situações de valor coletivo, constituída da multiplicidade como
paradigma estético do vivenciar em comum. Onde a história construída
associadamente é o mito do qual se participa. Neste contesto os mitos moldam
formas emblemáticas idealistas, possibilitando se reconhecer como parte do
grupo ao trajar-se da figura mítica social idealizada como expressão da estética
coletiva da tribo.
No contexto de interesses
comuns de pensamentos, as tribos urbanas se afunilam quando surgi um
diferencial de medida, como o grau de consciência política, onde, não só, se
traja uma estética coletiva, mais se interioriza um espírito de comportamento
político contracultura ao manter em sua alma uma posição política contraria as
injustiças.
Pereira (1983) aborda a contracultura como manifestação
artística, promovida por juventudes libertárias de 1960, que tinham uma postura
de crítica radical de oposição sócio cultural ao conservadorismo, a sociedade
de consumo e a guerra no Vietnã. Quais sobre as câmeras da mídia americana
ganharam o rotulo de contracultura, para designar as manifestações
político-culturais que floresceram por todo o mundo como fenômeno e tema
obrigatório, ao perceberem que as juventudes estavam sendo recrutadas e se
tornando Hippies, quando se identificavam com uma cultura diferente do padrão
hegemônico cultural americano, por esta pregar ao mundo, mais paz e amor.
Guamaccia (2010) descreve a revolução cultural empreendida pelas
juventudes anarquistas ao gerar feitos criativos com o uso da provocação:
Entre 1965/67, Amsterdã foi
transformada no centro da desobediência civil, onde a imaginação estava no
poder e a provocação era uma imagem atuante desta imaginação como consciência
de ação direta dentro da sociedade do espetáculo, em resposta a designação
capitalista que colocava todos somente como espectadores passivos. Foi quando
manifestações espontâneas, performáticas e contestadoras se alastraram por
Amsterdã em encontros organizados pelas ruas sob o espanto geral da população e
da polícia, que enxergava ali somente uma porção de baderneiros.
Na década de 1970, alastrou-se o movimento provocativo,
como observa Brandão & Duarte (1990); O Punk
demonstrou uma atitude rebelde desprendida de regras e conceitos da sociedade,
com seu comportamento de contestação estética e política expressa nas suas
roupas, fanzines e musicais. Bandas de Punk Rock surgiram para colocar nas
paradas musicais as frustrações e os problemas da sociedade, através do
comportamento de jovens com idéias e conceitos de uma sociedade em crise ideológica,
que buscava novos referenciais no pós-guerra. Nesta busca de alicerces
ideológicos os punks encontraram o anarquismo e se organizaram em um partido anarcopunk
internacional, transvertidos para ninguém suspeitar de seu imaginário de
clandestinidade revolucionaria em meio a uma sociedade do espetáculo, onde a
televisão exercia um grande poder na imaginação das pessoas e a provocação era
o seu estilo de arte.
Esta provocação
ideológica marca o debate da estética política da contracultura, ao se
constituir como nível político anarquista. Como descrevesse Liberato no seu
livro: Rebeldia, Poder e Fazer da Juventude Autonomista:
Nosso caminho se dá nesse entrelaçamento da luta de classes como contracultura (e vice-versa), do proletariado como Juventude, do Anarquismo como corrente política da autonomia. Nossas palavras chave; rebeldia, revolta, autonomia, anarquismo, juventude, contracultura, anticapitalismo, passe livre, estão entrelaçadas, e uma se reporta em geral às outras [...] (LIB; 2006 P. 74).
A frase de ordem punk: Faça você mesmo! Se somou com a
estratégia anarquista de ação direta, unindo gerações revolucionarias por um
buraco de minhoca na realidade do imaginário das juventudes anarquistas. Ao
unir de um ponto ao outro as perspectivas das barridas, como observa Liberato
nas frases acima e abaixo:
O princípio da ação direta diz respeito à forma de organização do movimento que implica em democracia direta e na recusa a reproduzir internamente os moldes de representação e delegação da democracia burguesa/representativa, ecoando no faça-você-mesmo dos punks como movimento contracultural [...] (LIBERATO; 2006 P. 80).
LIBERATO
(2006) ao descrever a produção de pets, fanzines, roupas, estéticas e
musicais punks, descreve também conceitos do
nível econômico punk e anarquista, acrescentando valor cultural econômico
produtivo no significante existente na contracultura punk do faça você mesmo: O
capital subcultural
é o conhecimento cultural dos bens adquiridos pela subcultura
que eleva seu status diferencial ao de outros
grupos, (produzindo) com o seu próprio valor-signo.
MALINI & ANTUN (2013) Abordam que a estética política
da contracultura, juntamente com o seu capital contracultural se valorizaram,
quando os militantes transvestidos como tribos punks, adquiram as tecnologias,
fazendo surgir à mídia militante, e descreve: O midiativismo é a manifestação
de comunidades de comunicações libertárias, desenvolvidas por coletivos ou
colaboradores individuais, que produzem de forma diferente da narração da mídia
de massa sobre os acontecimentos, permitindo-se como mídia participativa ao
arcar de forma coletiva com a dificuldade de produzir, a diferença espetacular
de sua forma de existência, como mídia da multidão nas manifestações, ao
estrear a experiência militante do jornalismo pós-telespectador e pós-TV nas
redes, com manifestantes virtuais ativos nos protestos/emissões discutindo,
criticando, estimulando, observando e intervindo nas transmissões em tempo
real.
3. Dos Cypherpunks aos Anonymous
O valor signo da contracultura perpassa como
identidade das juventudes e é absorvido pela sociedade de consumo que tenta cooptar
e se expropriar deste capital subcultural, até descobrir que convidaram o inimigo
para dentro de casa, reagindo a este estranho no ninho, como se observa Assange
no seu livro, Cypherpunks Liberdade e o Futuro da Internet:
Os atores cypherpunks instituíram um novo legado na
utilização da criptografia por se opor às opressões internacionais. Surgidos em 1990, os cypherpunks utilizam
do método da criptografia como meio para provocar mudanças sociais e políticas,
através de criptoguerras. O termo cypherpunks foi incluído no Oxford English
Dictionary em 2006 e censurando no ano seguinte. (ASSANGE, 2013)
O contexto cypherpunks de aproximação entre mídia e as preocupações
sociais, se tornou um fenômeno e escapou das redes da censura por gerações interessadas
em uma nova arte tribal contracultural, como reforça Mello (2008, p. 220):
A cultura urbana das mídias proporcionou gerações
de artistas interessados nas linguagens digitais de recursos interativos nas
comunidades virtuais, preocupadas com transformações políticas sociais
estabelecidas por mediações simbólicas de novos significados, na recepção do
trabalho artístico ativo entre cidade e contexto midiático compartilhado.
Galvão (2012) em seu livro Contra
Cultura Digital, artigo: Sistema
Fortuito (Des)Encontro: Estratégia Hacker de um sistema telemático. Observa-se claramente a proposta de uma Arte Hacker de resistência
como acumulo da contracultura militante: A arte hacker é uma jogada de
provocadores, entre mídias e o processo de significados, ao intervir na
programação do discernimento, através da janela comportamental e das tecnologias
digitais como estratégia de apropriação, desterritorialização e deslocamento de
redes sociais para um espaço clandestino no ciberespaço, redesenhando relacionamentos
e abolindo fronteiras. (GALVÃO, 2012)
Galvão (2012) descreve também o nível
político-econômico cypherpunk: As redes digitais, rádios
piratas, documentários ativistas, blogs,
flashmobs, distribuição
livre de mídias e ciberativismos globalizaram a resistência frente às tecnologias
no campo artístico, servindo como aparato espetacular da sociedade midiatizada e
como ferramenta subversiva contra a mesma sociedade que a desenvolveu, fazendo
da arte hacker uma estratégia na contramão do sistema centralizador, subvertendo
a programação ao abrir e socializar o código. Assim entre campanhas open source, arte e mídia, surgiu uma
nova subcultura subversiva de resistência no ciberespaço contra o controle das
empresas sobre usuários, disseminando a cultura como regra.
Fazendo da socialização uma estratégia hacker,
Galvão (2012) conceitua: A estratégia artística hacker não se finda em grafismo
da programação para fundar-se como arte generativa, nem no uso tático/estratégico
de mídias na apropriação artística. Por outro lado explora a possibilidade de sistemas
de comunicação e aceita a operação como diferença na sua filosofia de signos reunidos na jogada
comumente mensurada da própria linguagem misturada.
Os cypherpunks tornaram-se dominadores do código e
mestres das codificações, além de somarem recursos e aprenderam a usar o
imaginário das massas televisionadas e aprisionadas pelo capitalismo cognitivo,
para libertar estas dos signos escravagistas pretensiosamente televisionados em
códigos hipnóticos de natureza camuflada, transmitidos nas muitas mensagens
subliminares da dominação cognitiva. Assim usaram o veneno da serpente como
soro de libertação, se trajando como tribo urbana do cosplay libertador, para
não surtir desconfianças (pelo menos na sua primeira aparição pública) sobre o
seu clandestino partido hacker internacional de caráter contracultural, conhecido
mundialmente como Anonymous.
Assim veremos no livro de Murilo Machado, “Anonymous
Brasil: Poder e Resistência na Sociedade de Controle”, um pouco desta sacada
hacker que não só se apropria da produção hollywoodiana, mais que também
aprenderam a reverter os interesses que estão em jogo, aos seus objetivos
libertários:
A partir do ano de 2008, o hacktivismo não apenas começa a
renascer, mas o faz emergindo do espaço underground e criando imenso alarde, a
ponto de preocupar governos e corporações do mundo inteiro. Pretensamente
escondidos pela máscara de Guy Fawkes, que se tornaria o símbolo principal dos
Anonymous, centenas de indivíduos e grupos hacktivistas espalhados por todo o
mundo sentiram-se à vontade para começar a realizar diversas ações, esforçando-se
ao máximo para chamar a atenção da imprensa internacional.(MACHADO; 2013. P. 21)
Eles simplesmente entraram na
brecha do sistema, por serem uma geração de codificadores que sabiam que o deus
Eros é a codificação para Heróis e assim trajados como cosplays insurgentes e
sex, em nome do sincretismo religioso, em torno do nome da santa/deusa Ana da
anarquia, “falando elado de poposito” (referência a personagens da turma da
Monica) em nome da jogada em torno da matriarca do Catolicismo, insurgiram como
vanguarda mascarada de Revolucionários Católicos, atualizados na era da
internet.
No mundo contemporâneo, é possível afirmar que as
tecnologias digitais de comunicação tornaram-se algumas das principais
ferramentas da sociedade de controle, sendo que a Internet passou a ser uma de
suas maiores expressões e os hackers, um de seus principais atores políticos. (MACHADO; 2013. P. 34)
Machado (2013)
ainda nos diz que as formas de hacktivismo têm a característica de
representar formas modernas de resistência social à medida que nossa sociedade
desmaterializa a vida sociocultural por meio da mercantilização de nossos
espaços íntimos imateriais. Assim o hacktivismo representa politização e domínio
sobre tecnologias do espaço imaterial. Isso significa gerar abstrações
combatendo abstrações: onde de um lado a vida é mercantilizada no espaço
imaterial abstrato e do outro a desobediência civil eletrônica conta com corpos
abstratos para a ação direta respaldada pela presença física. Ao criar novas
formas de tecnologia propagadas pela produção virtual, aprimorando suas
abstrações e resistências. Por isso os hacktivistas são o primeiro movimento
social da virtualidade contracultural.
Machado (2013
apud COLEMAN, 2012, p. 103) compartilha deste ponto de vista ao afirmar “O
Anonymous é sustentado e por vezes amplificado, não apenas pelo uso eficaz de
tecnologias de comunicação, mas por uma cultura que floresce na tensão entre a
ordem e a desordem, entre o frio e o quente, a seriedade e o luz, o anonimato e
a transparência”
O Surrealismo foi
à vedete artística da juventude punk anarquista, qual codificou estas pinturas
em seus filmes e na contra capa do EP da banda Dead Kennedys e agora também o fez como logotipo da Anonymous, como
descreve a tietagem no livro: Nós
Somos Anonymous; Por Dentro do Mundo dos Hackers de OLSON, Parmy, 2014,
P.12:
Seus
panfletos e mensagens digitais mostravam o logotipo de um homem sem cabeça
trajando terno e cercado por ramos da paz (ao estilo dos ramos de oliveira do
símbolo da ONU), supostamente inspirado na pintura surrealista de René
Magritte, aquela com um sujeito de chapéu coco e a maçã verde. Muitas vezes
incluíam a máscara de Guy Fawkes, o revolucionário londrino adornado no filme V de vingança e agora símbolo de uma
horda rebelde e sem rosto [...]
A Anonymous
muito mais que codificadores das comunicações midiáticas se transformou por
causa das preocupação com a integridade dos indivíduos militantes, em uma
agencia clandestina formada por agentes da contraespionagem e isto fez da
Anonymous um serviço contracultural de contraespionagem, como relata Olson:
Sabu
acreditava que o maior poder do Anonymous era sua falta de hierarquia. Ele
indicava um programa de contrainteligência do governo dos EUA nas décadas de
1960 e 1970, chamado Cointelpro, que viu o FBI silenciosamente subverter
organizações ativistas e políticas. Eles tinham utilizado táticas similares às
da HBGary, de subterfúgio e desinformação, para implodir
o
poder das organizações, desde os; Panteras Negras até a Porto Riquenha, FLN, desde a KKK até
gangues mexicanas, muitas vezes com agentes infiltrados. O motivo pelo qual
essas organizações minguaram, acreditava Sabu, justificava-se pelo fato de
terem uma hierarquia estruturada [...] (OLSON;
2014, P. 225)
As mensagens da
Anonymous aos seus perseguidores/inquisidores estão recheadas de códigos que
remetem a filmes e a historicidades geográficas, tais como o filme: A mente
colméia, em menção ao hexágono hebraico, e o Baixo ventre da sociedade
anárquica, que faz menção ao continente de Anatólia (Matriarca Ana), berço do
príncipe Anarquista Vladimir Drácula, e hoje a atual Turquia:
Ao longo dos anos, ela presenciou você entrar no
Facebook e no Twitter, ela o observou penetrar na casa dela e tentar
ultrapassá-la com seus escândalos e fofocas do “mundo real”. Saiba que o
domínio do ciberespaço sempre pertencerá à mente colméia. A internet não
pertence a suas amadas autoridades, forças armadas ou pessoas donas de empresas
multimilionárias. A internet pertence aos trolls e aos hackers, os entusiastas
e extremistas; jamais deixará de ser assim... Isso não quer dizer que a
internet é sua inimiga. É sua principal aliada e sua amiga mais íntima; suas
compras significam que você não precisa pôr o pé fora de casa, e seus cassinos
lhe permitem perder o seu dinheiro a qualquer hora do dia. Suas muitas salas de
bate-papo lhe garantem: não é mais necessária interação direta com nenhum outro
membro de nossa espécie, e uma rede social detalhada mapeia cada um de seus
passos e pensamentos. Seus relacionamentos íntimos e mais obscuros segredos
pertencem à horda, e jamais serão esquecidos. Sua existência será eternamente
codificada no infinito repertório de belas sequências de bytes, armazenadas de
modo seguro na nuvem cibernética para todos observarem... Então bem-vindo ao
baixo-ventre da sociedade, à anárquica nebulosa em fluxo de consciência que,
cada vez mais, dia após dia, se insinua no mundo não alternativo, o seu
mundo. Você não pode escapar dela e não pode antecipá-la. É o pesadelo no
limiar de seus sonhos e o nefasto pensamento que crava as garras em sua vida
on-line como ofuscante força virtual, desconsiderando suas filosofias e se
esbaldando com suas emoções. Prepare-se para entrar na mente colméia, seu filho
da mãe. [...] (OLSON; 2014,
P. 392)
A Anonymous se auto-explica, dentro do conceito de Maffesoli sobre tribos urbanas, organizadas em rede mascarada que permite a
desindividualização, integrando a máscara as cenas de valor coletivo do mito do
qual se participa como estética coletiva. Assim percebesse que os codificadores
da contracultura estão interconectados pela mesma sintonia de descrições
conceitual, como fossem estes unidos no mesmo partido punk contracultural:
Na
forma Anonymous, por sua vez, nos é permitido dizer que opera uma política de
identidade sui generis. Em grande medida, não se apela para a identidade social
de seus apoiadores, que são os mais diversos possíveis. Ao contrário, à
primeira vista, pode-se afirmar que, para os Anons, a identidade consiste em
relegar momentaneamente a segundo plano sua identidade. Isso significa que a
identificação com os Anonymous implica adotar uma identidade coletiva e
pretensamente consensual em detrimento das próprias individualidades de seus
apoiadores, que passam a ser ocultas. Exige que, por alguns instantes, se abra
mão destas, às vezes de maneira radical, conforme
observou Coleman (2012), a identificação pode se tornar um problema. Dessa
forma, faz-se interessante notar que, por um lado, todos fazem parte da idéia
Anonymous e, em tese, contam com uma voz ativa sobre ela. Por outro, no
entanto, ninguém está habilitado a falar em nome dela, muito menos a representá-la
de alguma forma. Por isso,
quando colocam a máscara que imita o rosto de Guy Fawkes, os rostos por trás
dela são sobrepujados por todo o ideário por ela carregado. Não obstante, ela
valeria muito pouco sem essa atuante multiplicidade de rostos [...] (OLSON; 2014, P. 96)
4. Da Anonymous a Black Block
A mística da clandestinidade revolucionaria, gerou um
imaginário de vanguarda anarquista vivenciada coletivamente, onde cada
participante individualmente ou coletivamente é a vanguarda imortal da
Anonymous, ao simples ato de se mascarar. Considerando que a idéia não morre,
considera a anonymous assim, uma idéia, e desta forma uma idéia imortal. E isto
significa que cada participante pode ser o mentor intelectual que comunga de um
ideal coletivo ao vestir a mascara anarquista.
Mais não é somente a mascara que faz a estética
política da contracultura, as roupas pretas da clandestinidade e da identidade
coletiva não estão desassociadas entre Anonymous e Black Blocks como deseja a desinformação
e a cooptação midiático burguesa, tão pouco esta desassociada do Movimento
Passe Livre (MPL). Basta para isto usar o discernimento organicista, onde as
pernas são o MPL, onde o gênero esta nos debates da libertação sexual, onde a
espinha dorsal são as federações anarquistas, onde o coração são as juventudes
anarquistas, onde o estomago são os trabalhadores autonomistas, onde os braços
são a Black Block, onde o pescoço é a defesa do voto nulo programático, onde o rosto
é a mascara que esconde, multiplica e fortalece o celebro mentor coletivo.
A dupla máscara da Anonymous e Black Blocks criou uma
forma de se apresentar cobrindo os rostos para expressar uma identidade
coletiva, qual dilui o protagonismo individual e cria a identidade coletiva
tribal massiva. Guihon & Pedro
(2014) no seu livro; A visibilidade por traz das máscaras descreve a
arte como empoderamento coletivo:
A
máscara trouxe a força de empoderamento para os indivíduos, que com ela se
sentiram à vontade para agir de uma forma mais solta. O fato de estar ou não
com máscara fazia diferença na forma de atuar no mundo, como se a máscara
permitisse ao sujeito ser e fazer o que jamais faria sem a máscara. Não
exatamente em relação à ação direta, mas a se expressar com mais eloquência e
afetividade. O que se opõe à idéia corrente de que o verdadeiro eu aparece ao
tirar a máscara. Nesse caso, o eu se constrói ao colocar a máscara, ela surge
como um elemento que ajuda a compor uma forma de ser e atuar no mundo. Usar a
máscara não é uma forma de se esconder, mas de se expressar melhor e com mais
vigor. Nesse caso, a conexão manifestantes-máscara ganha vários sentidos,
inclusive o de provocar transformações naquele que põe a máscara. Não existe,
necessariamente, uma intencionalidade prévia, mas ao se conectarem um campo de
possibilidades se abre, fazendo indivíduos agirem de forma não previsível,
expandindo sua forma de ser e atuar no mundo [...] (GUIHON & PEDRO; 2014, P. 215)
CAPELLER (2015) Em meio às vitórias na disputa audiovisual acerca
da verdade dos fatos, como demonstração de que a PM forjara flagrantes, permitiu
a mídia livre ameaçar a grande mídia na construção das narrativas dos
acontecimentos, o que fez com que o padrão midiático-narrativo da oficialidade
recorrente, realiza-se uma caça as bruxas do partido anarquista. A máscara
anarquista remete a mídia como fonte das novas gerações dos quadrinhos de Alan
Moore e do filme V de Vingança, acerca de Guy Fawkes um católico inglês rebelde
e enforcado em 1606! Nada demais em meio a um ciclo de protestos de multidões que
entoavam slogans publicitários enquanto Cosplayeres lideravam marchas e ocupavam prédios públicos em um
cenário de releitura da sociedade do espetáculo como assombro da sociedade de
controle, que estabelecia a cisão entre vida real e imaginação televisionada,
tornando a experiência humana alienada da crença na realidade, onde em meio a
este momento conturbado, Darth Vader candidata-se a presidente na Ucrânia, que
vive uma guerra civil, e no Brasil se elege de um lado o palhaço a deputado
federal e do outro lado, a mamãe metralha, a presidenta. É neste momento de
dimensão espetacular, aparentemente separada da realidade que se alteram as coordenadas
políticas e surge à máscara projetada sobre uma identidade de vanguarda anarquista
mundial em apologia a clandestinidade revolucionaria. A esquerda confusa e
despreparada para novos paradigmas de embates ideológicos acaba errando o alvo
ao procurar identificar o estado de exceção à anarquia, do qual a Black Block é
braço de ação direta da expressão deste corpo social televisionario. Assim
erroneamente a esquerda vincula a esquerda anarquista ao totalitarismo inerente
à sociedade do espetáculo, jogando no lixo o discernimento organicista capas de
interpretar este corpo político insurgente. Uma
oposição estabelecida entre herói e vilão é vista claramente no filme
V de Vingança, que serviu de inspiração para
a anonymous. Na adaptação cinematográfica o personagem é
considerado um vilão para o governante ditador e seus aliados, enquanto é visto
como herói pelos oprimidos, que percebem nele uma chance de lutar contra a
dominação. Nesse sentido, a cena final é emblemática: o povo vai às ruas com
máscaras de Fawkes para marcar a oposição ao regime, transformando o personagem
que era tachado de vilão em herói. De forma semelhante, o grupo Anonymous
trabalha com essa oposição.
Tendo em vista os hackers como
atores sociais, a Anonymous evidencia um papel político de importância na
sociedade contemporânea; MACHADO (2012) o conhecimento sobre os protocolos que
norteiam a estrutura vigente possibilita aos hackers uma posição de resistência
que escapa ao restante da população. O domínio da linguagem da dominação na cibercultura
proporciona aos hackers em especial a Anonymous a exploração das potencialidades
do espaço virtual para ações contrárias ao modelo vigente. Mais do que isso, os
hackers não ignoram ou desejam a morte do protocolo, mas são os arautos das principais
possibilidades dele. É por isso que as principais ações políticas diretas
empreendidas por hacktivistas valem-se dos próprios protocolos para resistir, ludibriar
e hipertrofiar o controle social.
5. Da Black Block a Arte do Anonimato
A arte do anonimato é uma critica a intelectuais e
instituições que querem se apropriar do conhecimento, criticando e proibindo
uma geração revolucionaria mascarada de Wikipédia. Esta geração proibida
historicamente de existir, tanto pelo preconceito do status cool, como pela
força das leis anti-hacker e anti-mascara ou ainda pela brutalidade do terror
da guerra de Estado, não desistem e se reúnem clandestinamente mundialmente
pela internet, preferindo produzir e socializar, ao se apropriar do
conhecimento, como fazem os pseudo-intelectuais. A arte do anonimato prefere se
proteger lutando a ter que beijar as botas da burocracia da academia de letras.
Guihon & Pedro (2014) no seu livro; A visibilidade por traz das máscaras
descreve a arte na tonalidade do anonimato:
O
anonimato se torna inevitável e imprescindível, no sentido de descentralizar a
origem da ação, e para que ela não se esgote nela mesma. Uma ação anônima em
uma manifestação carrega consigo a força de uma construção coletiva. Ninguém é
dono absoluto de um ato, este surge do processo de interação com várias pessoas
e nesse sentido o anonimato é uma forma de não apropriação de uma causa que é
pública. As máscaras não servem de esconderijo covarde para os nossos rostos,
como bem pregam as forças reacionárias, mas para expor o processo que nos
levará à emancipação social como algo que só pode vir a acontecer por meio da
ação coletiva autônoma sem rosto, sem líderes. A máscara é um símbolo para
mostrar que somos iguais. Não há liderança, não há um maior, ou melhor, que o
outro, é tudo horizontal. É dessa forma que somos, é dessa forma que vemos todo
o resto [...] (GUIHON & PEDRO;
2014, P. 212)
Desta forma se
apresentam nas entrelinhas coordenadas como um partido de anonymous
internacionais e como o anonimato é o centro pivô desta arte proibida, ao
critério e estilo da Wikipédia ficamos a ver navios sem saber se são cargueiros
ou piratas.
Descreve DÉRI (2014) Black Block é um agrupamento tático de ação direta
anarquista empreendida por grupos de afinidades de mascarados vestidos de
preto, que se utilizam da propaganda pela ação para desafiar o poder. Organizada como
estrutura efêmera informal sem hierárquica e descentralizada surgiu para
defender as ocupações de sem tetos. Seu modulo
operante, defende ataques aos símbolos do capitalismo e a roupa preta e a sua máscara, visam
proteger a integridade física dos indivíduos garantindo seu anonimato e os
caracterizando como um único grande bloco negro.
LUIZ (2014) em seu livro, Cartilha Black Block
demonstra que a Black Block já chegou entre os Doutores universitários, que os
descrevem. Para Dr. Pablo Ortellado (2013) USP, no Brasil, a velha estratégica
de autodefesa esta presente e aliada à comunicação. A violência contra bancos,
sedes do Governo e lojas de departamento, é uma performance de quebra-quebra
com influência estética anarcopunk e visa disseminar uma mensagem contra os
representantes do poder público e privado. Já para a Dra. Esther Solano (2013) UNIFESP,
é um conceito de provocação que incute dúvidas e busca quebrar o senso comum. Temos
que entender porque a Black Block merece tantas manchetes e capas? E a única resposta correta é; Porque a
ação simbólica deles é um sucesso dentro das diferentes lógicas de julgar a violência.
DÉRI (2014) descreve que é inegável que na origem Black
Block, como estética política da contracultura, traga a caracterização visual
da roupa preta anarcopunk, bem como é inegável as suas raízes históricas como
movimento autonomista surgido em Berlim Ocidental, onde a tática foi empregada
pela primeira vez em 1980, com origens ideológicas no anarquismo, se
disseminado através da contracultura punk via; fanzines, turnês de bandas e
contatos entre ativistas, porem foi do México em 1990, que os anarcopunks se
atraíram pela estética visual de formação de bloco cultural político qual
caracterizava o Exército Zapatista de Libertação Nacional.
7.
Conclusão
Assim as peças se
encaixam na trama internacional das definições transcritas e decodificadas pelo
acumulo histórico, fazendo com que o intragável anarquismo mesmo quando ignorado
e tratado como um fruto de um partido proibido e por tanto perigoso ao Estado
Burguês ao ponto que deva ser criminalizado, e as suas máscaras devam ser proibidas
por medidas de força da Lei, e os seus militantes presos ou encontrados
assassinados em mortes no mínimo suspeitas, o anarquismo em 2015 submerge em “Yellow Submarine” contracultural de The
Beatles, como o diabo de Raul Seixas que gosta de dar os toques e avisos para a
eterna volta a clandestinidade revolucionaria.
Sair das Tribos Urbanas
tidas como baderneiros e encenar a Contracultura como política é insurgir a
fúria do lixo enlatado, do mesmo modo que a anarquia dos dicionários inquisitórios
qual chama a deusa de Anatólia da fertilidade edênica como baderna é insurgir
pro e contra ao dicionário Aurélio que os chama de ordem política, mais não a
revela em beleza feminina de Ana ao mundo. Do mesmo modo que a nova geração de anarquistas
cypherpunks que se constituiu como partido anonymous
internacional foi retirado do dicionário Inglês mais importante do mundo, como
se eles não existissem ou fossem um fruto político proibido. Neste mesmo
sentido a mídia que faz bons olhos para a Anonymous e finge que a
Black Block não faz parte do mesmo corpo político
ao desmerecer a Arte do Anonimato, finge não querer
tomar e derrubar do trono de espadas o príncipe pirata da bandeira negra da
anarquia mundial de Anatólia.
Quando as
juventudes anarquistas davam risadas da policia e dos conservadores que viram
neles tão somente baderneiros com roupas estranhas, não era por menos tal
zombaria estética contracultural, pois a inteligência daqueles que achavam que
tinham ganhado a guerra ao se estabelecerem como único e verdadeiro Estado (Burguês)
qual tinha este à crença de ter exterminado todos os filhos mestiços de
Anatólia da face do mundo, eles comemoravam o disfarce estético contracultural,
após uma década se escondendo na clandestinidade política do underground, pois
as ingênuas autoridades não desconfiavam que florescera uma nova geração de
anarquistas após o extermínio dos anarquistas espanhóis na Revolução Espanhola
de 1936. E que a cada dia a mais, eles estavam mais organizados e mais articulados
mundialmente contra o fascismo e contra o capitalismo, em ações que tomavam de
assalto a audiência das comunicações midiáticas.
A ironia
política era ontem e é hoje, um modulo fantasma operante de resistência popular
que declara: Não temos lideres, não temos partido, nem tão pouco, temos deuses,
pois não existimos! Assim é a máscara da vanguarda do líder anarquista mundial,
constituído de forma fantasmagórica e plural como a Anonymous e a Black Block
que insiste em dizer ironicamente a inquisição política: Há há há, NÓS somos só
uma tática!
Assim encerro este trabalho dizendo como circunciso
católico: Deus salve a Rainha do Espectro do Comunismo Internacional.
8.
Apresentação a Banca
Introdução: Em meio ao cenário político internacional a
contracultura nasceu da recusa das juventudes para com o serviço militar,
encarnando a arte em movimentos corpóreos de almas políticas de espírito
subversivo. Assim a Deusa da Arte que estava presa a física escultural, pode
desfilar no cenário imaginário e subversivo hippie, produtor de sujeitos
sociais artísticos na politização das tribos urbanas em plataformas da utopia
organizada como símbolo estético ideológico que criara a unidade mística e
mítica da arte viva e em movimento. Onde agentes contraculturais desenvolveram
uma arte política que influenciou amplos setores sociais que se identificaram
com o modulo das juventudes anarquistas, que cada dia mais estava radicaliza e
organizada.
A influência
histórica da estética política da contracultura é percebida como estilo
artístico politizado, que se reconhece como sujeito social artístico organizado
politicamente e justificado no cenário da conjuntura de tempos e espaços
fortuitos radicalizados como estética artística politizada. Que começa na tribo
urbana, politiza-se na contracultura, se radicaliza com o punk, se identifica
com o anarquismo, se torna agente hacker, mitifica-se mascarado de Guy Fawkes,
se organiza clandestinamente como partido anarquista internacional conhecido
como Anonymous e age com um braço fantasma de ação direta conhecido por tática
Black Block.
Metodologia:
Entendendo as tribos urbanas
contraculturais de forma inter-relacionadas e organizadas como imaginário de
unidade estética insurgente, busquei uma literatura embasada como pesquisa e
método de análise, para entender estas em seu vínculo simbólico mascarado e
moldado como um clandestino partido internacional de juventudes, que insurgiu
as ruas de todo o mundo, chamando a atenção para a suas táticas e tomando de
assalto os noticiários.
Discussão:
Quando as juventudes
anarquistas davam risadas da polícia e dos conservadores que viram neles tão
somente baderneiros com roupas estranhas, não era por menos tal zombaria
estética contracultural, pois a inteligência daqueles que achavam que tinham
ganhado a guerra ao se estabelecerem como único e verdadeiro Estado (Burguês)
crente de ter exterminado todos os mestiços Anatolicos, fez das risadas punks a
comemoração do disfarce estético contracultural após uma década se escondendo
na clandestinidade política do underground, pois as ingênuas autoridades não
desconfiaram que florescera novas gerações de anarquistas após o extermínio
destes na Revolução Espanhola de 1936. E que a cada dia a mais, eles estavam
mais organizados e mais articulados mundialmente contra o fascismo e contra o
capitalismo, em ações que tomavam de assalto a audiência das comunicações
midiáticas.
Em todas as
suas comunicações, a ironia política avia se tornado um modulo operante de
resistência popular que declarava: Não temos lideres, não temos partido, nem
tão pouco, temos deuses, pois não existimos nem no dicionário!
Neste modulo a
máscara da vanguarda do líder anarquista mundial é constituído pelo espectro do
comunismo internacional de forma fantasmagórica e plural com a Anonymous e a
Black Block, que insiste em dizer ironicamente a inquisição política que os
persegue, usando do acumulo cultural televisionario:
- NÓS somos o
seu pior pesadelo. Em referência aos clássicos de Terror.
- NÓS somos só
uma tática! Em referência ao domínio da linguagem de guerra.
- Deus salve a
Rainha dos Ingratos (Ingleses) do espectro do comunismo internacional!
Referência a bandas Punks Inglesas e ao fantasma Guy Fawkes.
Os anarquistas
se autodescobriram como um fruto social de uma sociedade midiatizada e repleta
de contradições e fizeram de forma consciente a sua estética política
contracultural como Cosplays. E neste momento foi possível existir socialmente
quando se reconheceram como um sujeito social artístico politizado em meio ao
domínio da mídia sobre a vida das pessoas.
Considerações
Finais: Pode-se assim
concluir que todas as peças se encaixam na trama internacional das definições
transcritas e decodificadas pelo acumulo histórico, fazendo com que o
intragável anarquismo mesmo quando ignorado e tratado como um fruto de um
partido proibido e por tanto perigoso ao Estado Burguês ao ponto que deva ser
criminalizado, e as suas máscaras devam ser proibidas por medidas de força da
Lei, e os seus militantes presos ou encontrados assassinados em mortes no mínimo
suspeitas, o anarquismo em 2015 submerge em “Yellow Submarine” contracultural
de The Beatles, como o diabo de Raul Seixas que gosta de dar os toques e avisos
para a eterna volta a clandestinidade revolucionaria.
Sair das
Tribos Urbanas tidas como baderneiros e encenar a Contracultura como política é
insurgir a fúria do lixo enlatado, do mesmo modo que a anarquia dos dicionários
inquisitórios qual chama a deusa de Anatólia da fertilidade edênica como
baderna é insurgir pro e contra ao dicionário Aurélio que os chama de ordem
política, mais não revela Ana em sua beleza feminina proibida ao mundo.
Na mesma
insurgência o termo cypherpunk constituído como partido anonymous internacional
foi retirado do dicionário mais importante do mundo, como se não existissem ou
fossem estes a serpente da tentação. Neste mesmo sentido a mídia que faz bons
olhos para a Anonymous e finge que a Black Block não faz parte do mesmo corpo
político ao desmerecer a Arte do Anonimato, esconde sua verdadeira intenção de
querer tomar e derrubar do trono de espadas o príncipe pirata da bandeira negra
da anarquia mundial de Anatólia.
Referências
Bibliográficas
ANONYMOUS: LOW, By Chris. Image
Artigo Revista digital VICE Media. Disponível em:
<https://www.vice.com/en_uk/read/new-kids-on-the-black-bloc/page/0>,
Acesso em: 11 Abril 2011.
ALBUQUERQUE,
Luciana Santos Guilhon; PEDRO, Rosa Maria Leite Ribeiro. A visibilidade por trás das máscaras. [edição eletrônico] Dissertação UFRJ In: 3º Simpósio Internacional
LAVITS: Vigilância, Tecnopolíticas, Territórios. Rio de Janeiro, RJ, 2015. p.
Dissertação (Mestrado em Antropologia da Ciência e da Tecnologia) – Programa de
Pós-Graduação em Educação Especial, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio
de Janeiro. PDF. p. 205-219. ISSN 2175-9596.
Disponível em: <http://medialabufrj.net/download/arquivos/lavits2015-anais/3/5.Resumo105.pdf>.
Acesso em: 13 Maio 2015.
ASSANGE,
Julian. Cypherpunks: Liberdade e o futuro
da internet. Editora Boi tempo. São Paulo, SP, 2013.
BAPTISTA, Luiza; VOLOTÃO, Amanda. Somos uma ideia: A máscara de Guy Fawkes e
suas apropriações. [ed. eletrônico] Ed. ENECULT. Salvador, Bahia, 2014. PDF. Disponível:<http://www.academia.edu/7646833/Somos_uma_ideia_a_m%C3%A1scara_de_Guy_Fawkes_e_suas_apropria%C3%A7%C3%B5es
>. Acesso em: 29 agosto 2014.
BRANDÃO,
Antonio Carlos; DUARTE, Milton Fernandes. Movimentos
culturais de juventude. Ed. Moderna,
1990.
BRITOB, Thaís; GALVÃO, Leonardo. Sistema Fortuito. (Des)encontro: Estratégia
hacker de um sistema telemático. Revista
Contra Cultura Digital [revista eletrônica]. Ed. Baixa Cultura.
São Paulo, SP, 2012. Disponível em: <http://baixacultura.org/biblioteca/3-livros/contracultura-digital/>.
Acesso em: 01 de maio 2012.
CAPELLER, Ivan. A dupla máscara da anarquia: Black
Blocks, Anonymous e outros
fenômenos [edição eletrônico] UFRJ, Rio de Janeiro, Rio de Janeiro,
RJ, Brasil, In: 3º Simpósio Internacional LAVITS: Vigilância, Tecnopolíticas,
Territórios. Rio de Janeiro, Brasil, p. 192-204. ISSN 2175-9596. PDF, 2015. p. Dissertação (Mestrado em
Antropologia da Ciência e da Tecnologia) – Programa de Pós-Graduação em Educação
Especial, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro. Disponível
em: <http://docplayer.com.br/19230121-A-dupla-mascara-da-anarquia-black-blocks-anonymous-e-outros-fenomenos.html>.
Acesso em: 15 Maio 2015.
DÉRI, Francis
Dupuis. Um perfil histórico da Black
Block. [edição eletrônica]. Revista
Ilustríssima. Editora Veneta. [s.
d.]. [s.l.]: Reedição e responsabilidade do Artigo: Jornal Folha de São Paulo
Online. Jornalista Editor: Bresser Pereira (Orgs.), Tradução de Guilherme
Miranda. São
Paulo, São Paulo, Brasil, 2014. Disponível: <http://www.bresserpereira.org.br/terceiros/2014/mar%C3%A7o/14.03.Perfil_dos_Blackblocs.pdf>,
Acessado em: 09 março 2014.
GUAMACCIA,
Matteo. Provos: Amsterdam e o nascimento
da contracultura. Ed. Conrad. São Paulo, SP, 2010. (Col.
Baderna.).
LIBERATO, Leo Vinicius
Maria. Antes de junho: rebeldia, poder e
fazer da juventude autonomista. Ed. Em Debate UFSC, Florianópolis, SC, 2014.
LUIZ, Caio. Cartilha Black Block. [revista
eletrônica]. Revista do Jornalista,
ano 6, n. 6, 2014. Ed. Ideia Fixa. São Paulo, São Paulo, 2014. Disponível em:
<https://www.ideafixa.com/cartilha-black-bloc/>. Acesso em: 13 junho
2014.
MACHADO, Arlindo. Arte e Mídia. Editora Zahar. São
Paulo, São Paulo, 2007.
MACHADO, Murilo
Bansi. Anonymous Brasil: Poder e
resistência na sociedade de controle. Ed. EDUFBA. Ondina, Salvador, BA,
2013.
MAFFESOLI,
Michel. O tempo das tribos. Ed.
Forense Universitária. São Paulo, 2006.
MALINI, Fábio;
ANTUN, Henrique. A internet e a rua:
ciberativismo e as mobilizações nas redes sociais. Ed. Sulina. Bom Fim, Porto Alegre, RS, 2013.
MELLO,
Christine. Extremidades do Vídeo. Ed.
SENAC. São Paulo, SP, 2008.
PEREIRA, Carlos
Alberto M. O que é contracultura? Ed.
Brasiliense. São Paulo, SP, 1983. (Col. Primeiros Passos).
OLSON, Parmy. Nós somos Anonymous: Por dentro do mundo dos hackers. Ed. Novo
século. Barueri, São Paulo, 2014.
VINÍCIUS, Leo. Urgência das ruas: Black Block, Reclaim The
Streets e os dias de ação global. Ed. Sabotagem. São Paulo, SP, 2002. (Col.
Baderna.).
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Entre em contato com o PAI
partidoanarquistainternacional@gmail.com